Marcelo Grillo

Marcelo Grillo

Ao longo de 30 anos, o músico converteu seu sítio, à beira de uma represa, numa floresta densa e diversa, com mais de 240 espécies de árvores, a maior parte delas da Mata Atlântica. Com isso, sua casa perdeu a vista para a água, mas ganhou a companhia de macacos, tucanos e outros animais que já não apreciam por ali. 

 

Eu sempre gostei de entrar nos restos da mata que tinha e ajudar as árvores que já estavam lá. Se ela estava em competição com uma touceira de [capim] braquiária, eu cortava a braquiária. Punha um tutor para ela subir melhor.  Eu percebo que cada vez mais o conceito de restauração florestal passa por isso. Tanto que, quando você faz um bom projeto de reflorestamento,  o que você mede não é o índice de sobrevivência do que você plantou, mas quanto de regenerantes espontâneos tem no local. 

 

SEGREDOS DE QUEM PLANTA

  • Plantar é muito importante, mas é só um dos caminhos para quem quer regenerar uma floresta. É possível, por exemplo, dispersar sementes ou introduzir mudas de espécies da região que se tornaram raras entre outras mais comuns. "Você pode analisar o que já está lá e facilitar a regeneração espontânea", diz.
  • É importante estudar para que o seu projeto de restauração seja bem-sucedido. Com o passar dos anos Marcelo pesquisou a dinâmica e as demandas das diferentes espécies da Mata Atlântica, integrou grupos para troca de sementes e acompanhou a evolução da legislação e da fiscalização ambiental. Esse conhecimento transpira em todas as suas ações.

 

Imagem: jatobá fotografado por Mauro Halpern