O dentista Ricardo Cardim trocou o consultório por um mestrado em Botânica e virou referência em paisagismo com base na biodiversidade nativa. Com a mulher, a arquiteta Alessandra, ele idealizou o projeto Florestas de Bolso, que engaja a população a criar pequenas florestas em áreas urbanas privadas ou públicas, como o Largo de Pinheiros, em São Paulo. Ele também conseguiu apoio de grandes empresas, como projeto Verdejando da Rede Globo.
As cidades amazônicas têm um paisagismo 100% estrangeiro. Isso é surreal. Você está no lugar com maior biodiversidade do planeta e todas as casas, apartamentos, prédios comerciais têm plantas de Holambra na sua fachada: palmeira triângulo, palmeira bismárquia.Um lugar que tem centenas de palmeiras lindíssimas.É o paisagismo que destrói, que substitui uma paisagem que tinha milhares de espécies por apenas um punhado de plantas estrangeiras. É como se fosse fast-food. É como se você pegasse as comidas do mundo, que representam as culturas, os saberes e substituísse tudo por Big Macs.
SEGREDO DE QUEM PLANTA
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O paisagismo não precisa se limitar a espécies exóticas. Cardim conta que uma vez questionou um professor de paisagismo porque os projetos não incluiam espécies nativas, e ouviu uma resposta jocosa: "isto é mato, ninguém quer comprar isto". "Eu fiquei muito incomodado, bravo com aquela resposta", lembra Cardim. "Eu pensei: vou mostrar para esse cara que isso é mentira."
Rua General Furtado do Nascimento - Alto de Pinheiros
São Paulo SP
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