1.000 Árvores

Marília di Cesare começou plantando no quintal de casa e espalhando mudas pela cidade. Sua ideia atraiu voluntários, inclusive de outros países, que se juntam periodicamente . Em cinco anos, o grupo produziu, plantou e doou  mais de 2 mil mudas, ultrapassando a meta original. Elas estão espalhadas por ruas, terrenos privados e propriedades rurais da Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte.

Eu fiz uma viagem para o Ceará e, daqui prá lá, era uma paisagem muito seca, sem árvores, sem nada. Na época a minha filha tinha 8 para 9 anos e eu comecei a pensar na situação do mundo, na crise climática, como aqui onde eu moro desmatam muito. A primeira coisa que a pessoa faz quando compra um terreno é tirar tudo, fazer uma limpeza com trator. Então eu pensei que eu podia plantar umas 10 árvores na escola da minha filha. Pensei: fazer uma mudinha em caixinha não pode ser difícil. Aí eu pensei que eu podia plantar desde a escola dela até a nossa casa. Umas 100. Eu multipliquei. Daí eu pensei: 100 vezes 10 dá mil. Mil em 10 anos. Eu pensei que se eu plantasse 100 por ano, em 10 anos eu teria plantado mil. Aí quando eu cheguei nesse número eu gostei muito, ficou muito claro o que era para fazer. Era muito para a minha alçada mas as pessoas iam querer ajudar. Comecei a fazer mudas em caixinhas de leite, pegando sementes de árvores que eu nem conheço, comecei a observar onde tinha semente. Eu não tinha muito conhecimento. Eu tenho um quintal grande e comecei a convidar algumas pessoas para vir fazer aqui e eu regar e organizar tudo daqui mesmo.

 

SEGREDOS DE QUEM PLANTA

• "Você tem que chegar nas pessoas.Todo mundo tem o sonho de plantar uma árvore. As pessoas querem ajudar, amam mexer com a terra. Mas às vezes elas não têm a ideia, ou espaço para plantar, ou organização. Eu mesma, até 5 anos atrás, nunca tinha feito uma muda. Então você tem que chegar nas pessoas, seja pelas redes sociais ou como for". 
• Busque padrinhos para as mudas. Como muitas árvores plantadas em áreas públicas eram destruídas ou roubadas, o grupo produziu cercas de maneira para protegê-las. Depois, nomearam voluntários para acompanhar cada uma delas, adubar e regar ao longo dos primeiros 6 meses, para garantir a sua sobrevivência.